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História

Sendo um dos mais belos e íntegros exemplares da arquitetura do Ciclo do Charque, a Charqueada São João foi construída entre 1807 e 1810 às margens do Arroio Pelotas e ainda conserva o esplendor da época. 

CICLO DO CHARQUE

Em 1780, o português José Pinto Martins veio do Nordeste trazendo seu conhecimento a respeito da carne de sol. Fundou a primeira charqueada às margens do Arroio Pelotas e deu início a propagação destas propriedades rurais de caráter industrial - que foram as responsáveis pela fase mais próspera da região - e principalmente da cidade de Pelotas. Em decorrência disso, o estado do Rio Grande do Sul passou a ter sua economia baseada neste produto que na época era predominantemente utilizado como alimento para escravos em diversos lugares do Brasil e do mundo.

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ESCRAVIDÃO 

Tal como em todo o Brasil Colonial, a mão de obra no período do Ciclo do Charque era escrava. A Charqueada São João ainda preserva os objetos e ferramentas utilizadas na indústria do charque e mantém a fachada original da Senzala - lugar onde os escravos dormiam, no chão duro, com apenas uma janela gradeada. Embora tenha sido uma realidade triste de nosso passado, acreditamos que a história deve ser contada para que não se repita. Atualmente, em parceria com o curso de Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas, o entorno da Senzala está sendo explorado em busca de mais fragmentos deste período.

CHARQUEADA SÃO JOÃO 

Residência da família do charqueador Antônio José Gonçalves Chaves, a casa foi construída no início do século XIX às margens do Arroio Pelotas, ponto estratégico para escoar a produção de charque até o Porto de Rio Grande. A São João foi uma das charqueadas mais bem sucedidas economicamente e encerrou suas atividades como indústria em 1937. A casa manteve suas características da construção original e desde 2000 é aberta ao público como ponto turístico. O acervo preservado durante mais de duzentos anos de história pode ser conferido durante a nossa visita guiada

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FAMÍLIA MAZZA

A Charqueada São João pertenceu a quatro distintas famílias até 1949, quando a casa entrou na história da família Mazza como um presente de amor. Nóris Moreira Mazza viveu sua infância e juventude dentro da Charqueada Moreira, que pertencia a seu pai, e sempre comentou sobre as boas lembranças que tinha desta época. Sabendo disso, seu esposo Rafael Mazza a presenteou com a São João, para que ela pudesse reviver alguns bons momentos de sua juventude. Foi nesta Charqueada que Rafael e Nóris criaram seus filhos, netos e bisnetos, que seguem preservando seu sonho.

A CASA DAS SETE MULHERES

A minissérie, uma grande produção da Rede Globo, é baseada no romance homônimo da escritora gaúcha Letícia Wierzchowski e foi dirigida por Jayme Monjardim e Marcos Schechtman em 2002. Nesse ano, a Charqueada São João transformou-se na Estância da Barra, lugar onde sete mulheres da família do grande líder farroupilha Bento Gonçalves aguardaram o desenrolar da Guerra dos Farrapos. Para tanto, algumas adaptações foram realizadas nos ambientes da propriedade, mas sem nunca alterar as características originais da construção. As memórias, fotografias e recados deixados por este grande elenco de artistas ainda estão presentes nesta Charqueada.

O TEMPO E O VENTO

Em 2012, Jayme Monjardim escolheu novamente a Charqueada São João para ser o cenário da adaptação televisiva de um dos maiores clássicos da literatura gaúcha, a trilogia “O Tempo e o Vento”, do autor Érico Veríssimo. O romance relata a rivalidade entre as tradicionais famílias Terra Cambará e Amaral, sob o contexto da formação do estado do Rio Grande do Sul. Dessa vez o acervo dos ambientes internos do casarão que foram destaque: transformaram-se em cômodos do Sobrado da família Amaral e ainda permanecem da maneira como foram caracterizados, conduzindo o visitante a reconhecer e presenciar aquilo que assistiu na minissérie. 

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